sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

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Retornar ao Memoriais Memoráveis
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Francisco Moreira Luna Neto


Começo estas linhas falando um pouco da minha vida discente, antes de entrar na academia, em especial, no curso de Letras da Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC - BA. Estudei em escolas públicas, tanto no ensino fundamental e médio, terminando a minha educação básica no ano de 2002. Neste período, eu era apenas um adolescente de 17 anos que não sabia o que queria realmente fazer da vida, mas já tinha uma certeza de que breve iria prestar o vestibular.

Em 2003, estava na rotina de cursinho pré-vestibular. Eu tinha que fazer este curso, mesmo porque, nunca tive uma ótima base de ensino que me suprisse para alcançar bons resultados nos exames. Morei em Ilhéus durante quatro meses, fazendo cursinho no Poliedro. Passado um certo tempo e por motivos familiares, retornei para a minha cidade natal, Ubaitaba - BA. Passei um certo tempo nesta cidade, mas sempre dando continuidade aos meus estudos.

Em minha mente só pensava em fazer o curso de Geografia, porém inscrevi-me para o concurso do Banco do Brasil, ainda em 2003. Foi a partir dos estudos para este concurso, e estudando muito a gramática que pensei: Por que não tentar o curso de letras? Fiz o concurso do banco destacado anteriormente e acabei passando (apesar de que até hoje nunca me chamaram). Neste mesmo ano, morei em Salvador e terminei o meu curso pré-vestibular.

O ano de 2004 chega e lá estava eu, na minha rotina de vestibulando, fazendo três vestibulares e acabei passando em dois, tanto na UESC-(BA), quanto na UESB-(BA), porém, na UNEB-(BA), acabei perdendo. Na UESB fiz para o curso de Geografia e a matrícula só iria começar no segundo semestre de 2004. Então, resolvi fazer a burocracia do processo de matrícula, no curso de Letras e Artes da UESC-BA.

Em 2004 comecei a fazer o curso e estava perdido, tudo para mim era novo, diferente e não sabia se era realmente aquilo que eu queria. Já tava até imaginando, “eu dando aula”, mesmo, porque, nunca tive prática pedagógica e agora estava em uma sala, com vários colegas com experiência docente que já deram e davam aulas. Acabei cursando as disciplinas da grade curricular do primeiro e segundo semestre, achei muito legal, principalmente, as matérias de Linguística I e II, Português I e II e Espanhol e II.

Terminado o segundo semestre, novamente fiz outro vestibular, em Janeiro de 2005 e desta vez para o curso de Comunicação Social da Universidade Estadual de Santa Cruz – BA. Acabei não passando e dei continuidade ao meu curso de Letras, no qual estou até hoje e concluo neste primeiro semestre de 2008.

No primeiro semestre de 2005, observei que tinha que mudar o meu comportamento acadêmico para que pudesse ter êxito no curso de Letras e também, crescer como um futuro profissional com conhecimentos científicos, em torno da práxis pedagógica do ensino de línguas e literaturas. Assim, fui me conscientizando de que minha formação de educador não deveria ocorrer apenas no ambiente da sala de aula, mas, também, em outros espaços.

Foi a partir desta noção que comecei a me dedicar ao Curso, aos congressos, palestras, seminários e encontros promovidos aqui na UESC e, ainda, em outras instituições, devido a resolução do MEC sobre as duzentas horas de atividades acadêmico-curriculares, na qual todo aluno das licenciaturas deve cumprir a fim de integralizar sua carga horária.

Assim, no ano de 2005, completei a carga horária de 144 h, distribuídas da seguinte forma: participação do I Seminário de Pesquisa e Extensão em Letras – Sepexle, realizado de 03 a 05 de maio, na UESC. Nesse evento, cuja temática foi Pesquisando com Letras – as línguas e as artes na construção do conhecimento, consegui carga horária de 36 h na condição de ouvinte.

Discutiu temas ligados à área do curso como linguística, literatura, produção textual e apresentações de comunicações, palestras e minicursos pelos docentes da referida área, os quais me deram um suporte para o meu conhecimento científico – cultural que levarei para a vida toda.

No mês de agosto, participei do XXVI Encontro Nacional dos Estudantes de Letras – ENEL que aconteceu no período de seis a treze do referido mês, em Recife-PE. Além da participação geral (90h) em que foram discutidas as políticas estudantis no país, presenciei apresentações culturais de Pernambuco, e, pude ainda, acompanhar a apresentação de trabalhos sobre estudos lingüísticos e literários que foram realizados por estudantes de várias partes do Brasil. Dentre esses, Capitães da Areia: Marginalidade e Coletividade que me conferiu carga horária de 8 h.

Ainda em 2005, trabalhei como estagiário em setor administrativo da UESC, no colegiado de Matemática, no período noturno, entre os meses de abril de 2005 e junho de 2006, com uma carga horária de 20h semanais. Participei, ainda, de uma Capacitação Básica para Estagiários, promovida pela Pró-Reitoria de Administração e Finanças, realizada pela Coordenação de Desenvolvimento de Recursos Humanos, no período de 28/11 a 02/12, com carga horária de 10 h.

O mesmo estágio me deu uma base e uma experiência muito importante, pois obtive conhecimentos administrativos, no que tange aos serviços da Universidade, como relacionamentos interpessoais que foi uma base que eu obtive para o meu crescimento no curso de Letras.

Em 2006, obtive uma carga horária de 190 h. No mês de Outubro, entre os dias 12 e 16 de abril, na Faculdade Atenas Maranhense, ocorreu a viagem para o VIII Encontro Regional dos Estudantes de Letras, em São Luis, Maranhão e, pelo qual obtive a carga horária de 60 h.

Foi uma aventura, trinta horas de ônibus para ir e o mesmo para voltar. Eu e os colegas de curso participamos de palestras, oficinas e minicursos e, ainda, conhecemos a cultura Maranhense e entendemos o porquê do Maranhão ser considerado patrimônio histórico da humanidade. Tenho certeza que, a viagem foi muito interessante, e tivemos momentos muito especiais que nos modificaram no sentido de sermos melhores estudantes, pesquisadores e professores.

No mês de agosto, entre os dias 11 a 18, participei do XXVII Encontro Nacional de Estudantes de Letras, realizado na Universidade de Brasília – UnB, com uma carga horária de 90h, cujo tema foi, A multiculturalidade: Um olhar Crítico Sobre As Diferentes Formas de Poder. Durante uma semana houve palestras, sendo uma delas ministrada por Marcos Bagno, comunicações e minicursos.

Foi uma semana de muito conhecimento acadêmico e aproveitei junto com mais 43 colegas, dessa multiplicidade dialógica de encontristas de vários estados do país, sobre o Programa Acadêmico Curricular - PAC. Pois o mesmo foi adotado como proposta de mudança curricular para os cursos de licenciaturas. Além disso, foi muito bom, também, ter conhecido a capital do nosso país, sua história e cultura.

Ainda no corrente ano, participei como ouvinte do VII Seminário Internacional de Literaturas Luso-Afro-Brasileiras, realizado de 23 a 26 de outubro, na UESC, organizado pela professora Daniela Galdino, com uma carga horária de 32h, mais o minicurso Etnicidade, Identidade e Descolonização, ministrado pelo professor/doutor Carlos Serrano da USP. O seminário em si abordou a importância das literaturas, enquanto uma arte epistemológica de recriação da realidade e o seu papel enquanto produtora de vozes da cultura e história.

Neste sentido, comecei a reparar o estudo literário e suas múltiplas linguagens como sendo um refazer do real e uma possibilidade artística de compreensão do seu fazer pedagógico. Além do mais, o minicurso destacado anteriormente, me serviu para os meu conhecimentos enciclopédicos, no que tange para um olhar antropológico e cultural de relacionamento com a produção literária.

No ano de 2007, totalizei uma carga horária de 145 h, participando do IX EREL – Encontro Regional dos Estudantes de Letras, realizado na Universidade Federal de Alagoas, no período de 5 a 8 de Abril, totalizando uma carga horária de 72h. O Seguinte evento, cujo tema em foco foi, Nossas Letras Guerreiras: Por uma Educação de Qualidade Com Transformação Social, que discutiu sobre a qualidade da educação, em especial, o fazer pedagógico do curso de Letras, atualmente, na região nordeste.

Foi um encontro muito significativo, já que estive em contato com colegas de cursos de Letras de instituições públicas e particulares de toda a região nordeste e discutimos problemas que nos são comuns, como a qualidade de ensino e a destinação de verbas públicas para o Ensino Público.

No mais, participei do minicurso, América Latina em Três Tempos: Canções que Contém Nossas Trajetórias Culturais, Históricas e Políticas, com uma carga horária de 6 h, na presença do professor Carlos Bonfim, da UFAL. O mesmo me proporcionou um olhar inovador sobre o ensino de literatura, abordando a relação do conteúdo poético literário e a música popular brasileira.

No segundo semestre do ano em exposto, já estava no VIII semestre e com os colegas Érica e Robenildon, na disciplina de Estágio Supervisionado de Língua e Literatura Espanhola I, sobre a orientação da professora Jussara Clement, promovemos um minicurso, com uma carga horária de 15 h, no qual aconteceu entre os dias 27 de Outubro, 3, 10 e 20 de novembro.

Este trabalho ocorreu no distrito de Ilhéus, Ponta da Tulha – BA e teve como tema, La Enseñanza/Aprendizaje de Español como Inclusón Sócio-Educacional. A partir disso comecei a ter a prática docente e o gosto de ver moradores de uma vila de pescadores, a ter um certo conhecimento linguístico-cultural de um idioma em ascensão como o Espanhol, desenvolvendo o ser cidadão. Pude, também, comprovar, o quanto é benéfico a prática de estágio, enquanto formação acadêmico-pedagógico e científico para o desenvolver docente.

Ainda no mesmo ano, entre os dias 13 a 15 de Dezembro, participei do I Seminário de Estudios de Língua Española, realizado na Universidade Estadual da Bahia, campus de Santo Antonio de Jesus, com a coordenação da professora Luciana Mariano, tendo a carga horária de 33 h. O evento mostrou a discussão entre às abordagens de Ensino como o gramatical e o comunicativo, havendo palestras de professores como Jussara Clement e Iris Nunes sobre estas temáticas e os aspectos linguísticos/culturais do ensino de Espanhol.

Participei do minicurso, Literatura de Pós-guerra, com uma carga horária de 4 horas que abordou a literatura Espanhola, em seu período modernista, fazendo uma crítica social, em torno de um momento conturbado, marcado pelas consequências da segunda guerra mundial e o confronto de ideologias capitalistas e socialistas. No mais, ouve, também, um paralelo da literatura Espanhola com obras de artes de Salvador Dalí, dando um foque surrealista em suas pinturas, contemplando uma realidade crítica cognitiva sobre a pós-modernidade.

Porém, foi neste seminário que fiz a minha primeira apresentação, em forma de comunicação com o seguinte título: La Importancia del Método Gramatica-Traducción como Elemento Facilitador para la Comprensión de Textos en los Cursos de Selectividad, no qual obtive mais 15 h. O mesmo discutiu a ressignificação desta abordagem como estratégia para a compreensão de textos em provas de vestibulares de língua Espanhola.

Assim, posso dizer que tanto a minha apresentação, quanto o minicurso e o evento em geral, proporcionou-me um certo gosto ao trabalho pedagógico da língua Espanhola, como favorecer o meu entusiasmo para ampliar os meus conhecimentos, a cerca da cultura e história castelhana, quanto hispanohablante.

No ano de 2008 completei um carga horária de 205 h participando de todos os eventos, não somente como ouvinte, mas como apresentador, também, de trabalhos.

De início, lá estava eu novamente, em mais um Encontro Regional dos Estudantes de Letras (X EREL), realizado na Universidade Federal de Sergipe – São Cristovão-SE, entre os dias 20 e 23 de março, com uma carga horária total de 60 h, cujo tema foi, Formação do Novo Profissional de Letras: Desafios diante das Políticas de Inclusão.

Esta temática mostrou que diante da democratização do ensino difundida pelo Governo Federal que nos imaginamos como os nossos professores, ou seja, completamente despreparados diante de tal desafio: Como lidar com um aluno que necessita que utilizemos técnicas especiais, se não temos sequer noção do que é aquilo que ele precisa?

A maioria de nós não tem “competência” para fazer com que a comunicação seja menos falha possível; e como fazê-lo se as instituições de ensino superior, em sua maioria, sequer possuem disciplinas que nos instruam sobre as técnicas de comunicação e/ou de manejo?”.

Diante de tantas dúvidas, problemas e falta de preparo, o objetivo do 10°, foi fomentar no “espírito” de seus participantes, o desejo de refletir, discutir e cobrar a quem compete, melhorias relacionadas à temática, não só no curso de Letras, como, também, nas outras licenciaturas.

Além do mais, participei de um minicurso, mostrando a importância do lúdico, como uma ferramenta de ensino/aprendizagem para a língua Espanhola. Neste mesmo evento, apresentei uma comunicação e desta vez, na área de literatura, intitulado: A Relação Poética de Augusto dos anjos com a Música Alternativa Brasileira, nas Figuras de Chico Science, Rogerio Skylab e Titãs, obtendo com essa apresentação, mais 30 h.

Este estudo teve como proposta, relacionar a poética caustica de Augusto dos Anjos com o gênero musical rock, abordando temáticas como a morte, patologias e denúncia social e mostrar que tanto a música, como a poesia, pode servir como um molde evolucionador, para a práxis pedagógica do ensino tradicional de literatura.

O mesmo evento pôde proporcionar uma grande compreensão para mim e meus colegas, sobre a importância de colocar em pauta, o melhor desenvolver de técnicas apropriadas para discentes especiais, no qual tem condições, também, de ser inclusos como cidadãos, tendo seus direitos garantidos em uma sociedade tão individualista, excludente. Porém, cabe salientar, aqui, uma certa desorganização da comissão organizadora, em não ter conseguido entregar todos certificados para os participantes.

Dando continuidade às minhas atividades acadêmico-curriculares, em maio do corrente ano, estava novamente, em mais um seminário e desta vez, não somente como participante, mais como apresentador de trabalho. Desta forma, ocorreu em Recife-PE, o I Congresso Nordestino de Espanhol, nos dias 1 a 3, na Universidade Federal de Pernambuco, com uma carga horária de 40 horas.

O congresso teve a participação de inúmeros estudantes da rede básica Pernambucana, docentes dos cursos de Letras do nordeste, graduandos e graduandas do mesmo curso. Durante os três dias, houveram palestras com professores não somente da UFPE como : Antonio Torre Medina, Dr. José Alberto Miranda Poza e Dr. Alfredo Adolfo Cordiviola, mas, com Dr. Albert Gineste Llombart, do Instituto Cervantes de Recife e o Dr. Rafael Olea Franco, do Mexico.

Participei do minicurso, Sobre Fonemas, Sonidos y Letras. Ortografia y Fonología del Español, ministrado pelo professor José Alberto Miranda Poza. Todavia, no último dia do evento, apresentei o trabalho intitulado, La Importancia del Método Gramatica-Traducción como Elemento Facilitador para la Comprensión de Textos en los Cursos de Selctividad, tendo a partir dessa apresentação, uma carga horária de 20h. Neste eixo temático pude comprovar o ressignificado deste método – apesar de uma grande relutância dos participantes – como uma nova proposta de ensino de Espanhol.

Em se tratando do evento em sí, como sendo um evento regional, pude comprovar o quanto, o idioma Castelhano tem crescido como ensino de língua, no nordeste, sociabilizando idéias de aplicação didático/pedagógica de aquisição dessa ELE.

É importante frisar que acabei indo sozinho para este congresso e como já tinha ido a Recife em 2005, no ENELl, nesta mesma universidade, sentí uma certa facilidade para me locomover. Pude relembrar novamente momentos maravilhosos não somente, neste âmbito de conhecimento, mas em lugares como Olinda, Recife antigo ou seja mesclando este universo histórico-cultural desta capital tão maravilhosa.

Ainda, no mesmo mês, estava participando de mais um seminário e desta vez, na Universidade Estadual de Santa Cruz – BA. Foi o III Seminário de Língua Portuguesa e Ensino e do I Colóquio de Linguística, Discurso e Identidade, realizado de 19 a 21 de maio, com uma carga horária de 37 h.

Este evento contou com palestrantres renomados do Curso de Letras, como, Irandé Antunes, Moita Lopes, Marcos Bagno. Houveram ainda, a participação de Marialda Jovita Simões, Eliuse Sousa Silva, Maria D'ajuda, Gessilene Kanthak, Tiane Clea, Clínio e Odilon Pinto, educadores da referida instituição.

Participei de um minicurso, O Trabalho com a Escrita e Prática da Análise Linguística, ministrado por Irandé Antunes, com carga horária total de 4h, no qual salientou a prática escrita como sendo uma ação sócio-discursiva-cultural, em que os aprendizes possam ter este hábito de escrever, sabendo relacionar este aprendizado com a análise línguistica.

Neste mesmo seminário, lá estava eu, com mais uma apresentação e desta vez, em uma outra área – Análise Linguística e Textual - atrelando o gênero reportagem, como uma proposta pedagógica de ensino linguístico e textual para o aprendizado docente, desenvolvendo-o em um leitor-escritor autônomo, crítico e reflexivo. O título do trabalho foi: A Reportagem no Gênero Jornalístico: Trabalhando a Informatividade e os Operadores Argumentativos na Produção Textual, obtendo, assim, 18,5 h.

Para tanto, busquei dialogar o ensino da análise lingüística, especialmente com o uso dos operadores argumentativos na produção textual de reportagens, bem como o(s) grau(s) de informatividade nos referidos textos, mostrando que é possível ressignificar o ensino de produção textual, através de duas instâncias consideradas tão distintas pelo ensino tradicional, mas que fazem parte do mesmo universo lingüístico.

No mais, tive o prazer de aprimorar os meus conhecimentos numa área que se renova e tende a crescer como é a linguística e seus múltiplos campos – análise textual, discursiva, conversação, pragmática, sociolinguística, etnolinguística – adotando novos métodos para o bom aprendizado da língua portuguesa.

Em assim sendo, comprovei neste memorial, tudo o que presenciei, adquirir e na verdade, me fizeram crescer como estudante de Letras. Sabendo eu das dificuldades por quais passei, para obter estas duzentas horas extraclasse, creio que as mesmas, tornaram-me um profissional das linguagens, podendo exercer a prática docente tanto em Espanhol, como Literatura e Português.

Hoje, o que aprendí, experimentei, compartilhei com colegas, professores, funcionários da universidade, enfim, estive com pessoas que me fizeram mais completo hoje, do que era lá no começo do meu curso de Letras. Assim, mesmo não estando mais na acadêmia, tenho certeza de que sempre irei participar de outros eventos, adquindo conceitos e práticas novas, formulando a idéia do que significa a extensão, para o desenvolver de um estudante de licenciatura, em especial o de Letras.

F. M. Luna Neto

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domingo, 16 de novembro de 2008

Daiane Conceição Simões Santos

Ao concluir o ensino médio, eu comecei a sentir que algo faltava na minha vida: o compromisso com os estudos. Esse espaço, após anos, estava vazio. Angústia imensa. Sentia falta do ambiente escolar. Não conseguia deixar de sentir isso. Eu precisava iniciar uma graduação. Mas... O que fazer? Que curso seguir? E os meus sonhos? Como realizar? Eu era mesmo capaz? Por onde começar? Por onde caminhar? Eu não tinha noção das minhas potencialidades. Insegura e temerosa em relação ao futuro, até passei por um pequeno período de depressão.

Mas logo após esse período conturbado, percebi que aquela crise interior era apenas um momento propício para reavaliar conceitos, atitudes, posturas e buscar renovação, começar uma nova etapa da vida. Logo em seguida, surgiu a oportunidade de lecionar, pois eu tinha cursado magistério. Lecionei durante dois anos, 2002 e 2003, numa escola de nível fundamental I, na cidade de Ilhéus, onde nasci e resido até o presente momento. Educar crianças foi uma experiência maravilhosa. A partir disso, despertei a minha consciência, pois voltei a acreditar que sonhos se realizam e comecei a acreditar na minha capacidade intelectual. Descobri o meu caminho profissional. Havia sim uma luz que a cada dia me guiava para cursar uma licenciatura.

Optei pelo curso de Letras e Artes, com ênfase em Língua Inglesa, por afinidade pessoal. A experiência me fez perceber que devia buscar aperfeiçoamento para a profissão, porque o contato com os alunos, o ambiente e a rotina escolar me fazia feliz, por mais surpreendente que isso parecesse para mim. E, além disso, me entusiasmava a idéia de estudar de novo e estar em contato freqüente com as disciplinas que sempre me encantaram: Língua Inglesa e Língua Portuguesa. Assim que eu tive essa certeza, em 2004 fui aprovada no vestibular e comecei a estudar na Universidade Estadual de Santa Cruz. Isso representou uma grande conquista para mim: um caminho a seguir, uma certeza, uma luz, uma satisfação, uma promessa para o futuro.

O primeiro ano cursando Letras foi um tanto difícil, porque tinha chegado ao fim o meu contrato de ensino com a Prefeitura Municipal de Ilhéus e por cursar Letras no período matutino, parecia quase impossível conciliar estudo e trabalho. Isso me preocupava, mas dispensei algumas oportunidades, que exigiam manhã e tarde livre, porque priorizei a minha graduação, afinal era um sonho se realizando. E estava claro para mim que essa opção traria muitos benefícios futuros. Porém, eu ainda me sentia um tanto deslocada no espaço acadêmico. Ainda precisava me adaptar, entender como tudo acontecia e compreender os regimentos, as regras a seguir.

O primeiro seminário do qual participei como ouvinte, em 2004, foi o II SELE-UESC: A formação do aprendiz de língua estrangeira (Seminário de Línguas Estrangeiras -VIII Seminário de Língua Inglesa e V Encontro de Língua Espanhola e Francesa), promovido pelo Departamento de Letras e Artes (DLA), no período de 24 a 26 de novembro de 2004, com carga horária de 28 horas. As palestras abordaram o ensino de línguas estrangeiras e foram de grande importância para mim. Afinal, foi o primeiro momento em que eu assisti às palestras sobre a formação do aprendiz de língua inglesa, as estratégias de ensino-aprendizagem. Naquele momento despertei para o fato de que eu estava ali para me aperfeiçoar como uma professora de língua estrangeira. Isso foi muito emocionante. Apesar disso, essa foi a única atividade acadêmico-científico-cultural (AACC) da qual participei naquele ano, por imaturidade ou distração. Aos poucos surgiu a vontade de me integrar mais ativamente ao mundo acadêmico.

No ano de 2005 comecei a participar mais da rotina na universidade, não apenas freqüentando as aulas com assiduidade, como fiz desde o início. Começava a sentir que “pisava em terra firme, portanto, era o momento de aprofundar as raízes” e aproveitar tudo de bom que o espaço acadêmico me oferecia. No período de 23 de agosto a 07 de dezembro de 2005, participei da Oficina de Artigos, promovida pelo Departamento de Mestrado em Cultura e Turismo, ministrada pela professora Sylvia Teixeira, com carga horária de 20 horas. Na oficina abordaram-se as dificuldades mais comuns enfrentadas pelos estudantes universitários, não só na construção de artigos, mas também de resenhas e resumos.

Logo descobri o prazer de estudar Literatura através das aulas e, logo em seguida participei, como ouvinte, do evento intitulado Barulhinho Bom-Um Encontro com Luiz Gonzaga e Patativa do Assaré, promovido pela professora Daniela Galdino, em 19 de dezembro de 2005, com carga horária de 08 horas. O evento ocorreu no auditório Jorge Amado, no período da tarde. Esse evento contribuiu para aumentar a minha compreensão acerca da função social da literatura. E também me fez pensar que eu devia buscar mais conhecimentos sobre a Literatura Brasileira, que começava a me encantar através das aulas.

Ainda em 2005, passei a integrar o grupo de pesquisa Identidade Cultural e Expressões Regionais - ICER, coordenado pela professora Maria de Lourdes Neto Simões. Aceitei a proposta de desenvolver um projeto de pesquisa, na área de Literatura da Região do Cacau, sob orientação da professora Sandra Maria Pereira do Sacramento, intitulado As relações de poder masculino presentes na literatura Sul-baiana, sob a condição de pesquisadora – bolsista pela agência de fomento PIBIC / CNPq, no período de agosto de 2005 a agosto de 2006. No início, confesso que não sabia qual era a dimensão da importância que essa oportunidade teria na minha vida. Aos poucos, fui descobrindo a paixão pela literatura e a satisfação em contribuir para o andamento da Pesquisa Científica na UESC.

O objetivo do projeto era estabelecer uma análise da construção da identidade feminina nas obras de autores Sul-baianos, a exemplo de Jorge Amado, Adonias Filho, Valdelice Pinheiro e Cyro de Mattos, visando explicitar o perfil cultural da mulher e também da literatura Sul-baiana, especificamente da Região do cacau, possibilitando a identificação de um hibridismo étnico-cultural que caracteriza a nação. A figura feminina identificada nas obras analisadas promove a alteridade, desfaz o estereótipo europeu estabelecido para a mulher, explicita a condição do gênero e da heterogeneidade cultural.

Cada vez mais me encanta a linha de pesquisa relacionada ao gênero e agradeço muito à professora Sandra Sacramento por ter me concedido essa oportunidade de auto-conhecimento, que me engrandeceu intelectualmente e despertou em mim a vontade de desenvolver, futuramente, um projeto de mestrado, coisa que antes de me envolver com a Iniciação Científica, eu não conseguia visualizar.

Participei também no ano de 2005 do XI Seminário de Iniciação Científica e 8ª Semana de Pesquisa e Pós-Graduação da UESC, promovido pela Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, com carga horária de 32 horas, no período de 07 a 11 de novembro de 2005, como ouvinte. Foi o primeiro evento relacionado à Pesquisa, do qual participei. Assisti às apresentações de vários projetos nas diversas áreas e comecei a refletir sobre o meu projeto, sobre qual encaminhamento eu daria a ele a partir daquele momento, e pensei também em qual seria o momento de apresentá-lo para que outras pessoas pudessem conhecer a minha pesquisa.

No ano seguinte, em 2006, participei, na condição de ouvinte, do I Encontro com a Literatura Infanto-Juvenil, realizado na UESC, promovido pelo DLA, pela PROEX, e pela professora Daniela Galdino, na época coordenadora no CEPHS, no período de 19 a 20 de janeiro, com carga horária de 16 horas. Nesse evento, foram apresentadas releituras de algumas histórias infantis, como Chapeuzinho Vermelho e A chave do tamanho, entre outros. Esse foi um evento muito proveitoso, que proporcionou a oportunidade de conhecer melhor os clássicos infantis e as releituras atuais, além de despertar o meu interesse por conhecer melhor os autores e obras da Literatura infantil.

Em seguida, no mesmo ano, tive a oportunidade de participar como professora/monitora do Programa Pré-Vestibular Universidade para Todos, organizado pela Pró-Reitoria de Extensão - PROEX, ministrando a disciplina Redação, com carga horária de 08 horas/aulas semanais, no período de abril a dezembro de 2006. Ministrei as aulas à noite, ficando imensamente feliz ao perceber que podia conciliar estudo e trabalho. Foi uma surpresa me descobrir na condição de professora de cursinho pré-vestibular, uma experiência valiosa demais, que pretendo continuar, pois me identifiquei demais com a dinâmica das aulas. Naquele momento percebi que minha inclinação maior dentro da Educação é para o trabalho com adolescentes e adultos.

Essa foi mais uma possibilidade oferecida pela Licenciatura em Letras. A cada dia que passava, eu tinha a certeza de que escolhi o curso certo para mim. Era muito gratificante estar numa sala de aula dando dicas de Redação, até porque no passado eu era a aluna, eu tinha dificuldades relacionadas à prova de vestibular e a primeira era a auto-estima. A sensação, a me ver na condição de professora/ monitora, era de que venci minhas fraquezas e já podia ajudar outras pessoas a conseguir isso também, dando o melhor de mim, preparando-as para enfrentar a seleção do vestibular da UESC.

Também em 2006, participei da Palestra Literatura Regional, ministrada pela professora Eliana Sabóia, promovida pelo Colegiado de Letras e Artes junto ao Colegiado de Cultura e Turismo, realizada no dia 30 de maio, com carga horária de 4 horas. A palestra abordava a escrita literária de autores sul-baianos, seus objetos de observação, seus enredos, seu cenários, sua função social. Eu me identifiquei muito com os temas abordados, já que isso estava diretamente relacionado ao meu projeto de pesquisa. Esse evento foi de grande aproveitamento, apesar da carga horária pequena de 4 horas.

De 17 a 20 de outubro de 2006, participei do XII Seminário de Iniciação Científica da UESC, promovido pela Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação - PROPP, com carga horária de 28 horas. Nesse vento, participei como ouvinte, assistindo às palestras e as apresentações de trabalhos e pela primeira vez apresentei um trabalho de minha autoria, em forma de pôster, relacionado ao meu projeto de pesquisa. O trabalho apresentado teve o mesmo título do projeto: As relações de poder masculino presentes na literatura Sul-baiana. Naquele momento, pude expor o projeto para muitas pessoas, que questionavam sobre os passos da pesquisa, o modo de execução e os primeiros resultados obtidos. Foi muito gratificante, já que eu realmente estava envolvida com a pesquisa e me sentia satisfeita em levá-la ao conhecimento de todos que estavam presentes.

Logo em seguida, participei do III Seminário de Línguas Estrangeiras, XI Seminário de Língua Inglesa e VI Encontro das Línguas Espanhola e Francesa, realizado na UESC, pelo Departamento de Letras e Artes, no período de 03 e 05 de outubro de 2006, com carga horária de 24 horas, como ouvinte. Nesse evento, participei também na condição de monitora, somando mais 40 horas. Colaborar para a execução do evento, junto a uma equipe de colegas, foi uma experiência muito enriquecedora. Saber como funcionam os “bastidores”, compreender a dinâmica do evento, como os professores de organizavam para chegar ao produto final me impulsionou a seguir em frente a minha vida acadêmica, a querer cada vez mais continuar fazendo parte desse mundo de conhecimento.

De 23 a 26 de outubro de 2006, participei do VII Seminário de Literaturas Luso-Afro-Brasileiras, realizado na UESC, promovido pelo DLA e pelo CEPHS, sob a coordenação da professora Daniela Galdino, com carga horária de 32 horas. Esse foi um grande evento, com a participação de estudiosos da literatura vindos de várias partes do mundo, como Portugal. As palestras abordaram debates em torno de escritores e obras literárias vistas como periféricas, explicitando a questão classe/ gênero/ etnia e a importância dos Estudos Culturais e Pós-Coloniais para a desmistificação dos cânones literários europeus. O evento promoveu a literatura luso-afro-brasileira enquanto disseminadora de cultura e valores dignos de apreciação e valorização. Participei como ouvinte, de uma mini-curso intitulado Autoria Feminina na Contemporaneidade, com carga horária de 8 horas.

Além disso, tive a oportunidade e a satisfação de contribuir para o sucesso desse evento, integrando a Comissão Artística, organizando a apresentação de grupos de dança afro, voz e vilão, no espaço chamado CEU e peça teatral, no auditório Jorge Amado. Prestar apoio a um evento desse porte acrescentou muito à minha formação acadêmica e com certeza levará bons reflexos para a minha vida profissional.

Depois, em novembro de 2006, um grupo de colegas se organizou para ir à cidade de Salvador (BA), participar do X Encontro Baiano de Estudantes de Letras – EBEL- cujo tema foi Sociedade das Letras: Como o profissional de Letras pode transformar a sociedade?- promovido pelo Colegiado Acadêmico de Letras da Universidade Católica de Salvador - UCSAL, realizado no período de 02 a 05 de novembro de 2006, perfazendo a carga horária de 40 horas. A viagem foi muito agradável e o encontro em si, muito proveitoso, por tratar de um tema pertinente ao curso de Letras, o poder de transformação do educador, poder de mediar conhecimento, de formar opiniões, de informar, de alimentar sonhos e levar o educando a perceber seu próprio poder intelectual.

Nesse evento, assisti a um mini-curso intitulado Redação de textos acadêmicos - Dificuldades mais comuns encontradas; que teve a carga horária de 04 horas. Esse mini curso foi relevante não somente para a minha formação enquanto estudante, mas também para a minha formação enquanto professora de Língua Portuguesa, por esclarecer dúvidas freqüentes em relação à produção textual e normas de escrita acadêmica.

Logo em seguida, de 20 a 24 de novembro, após retornar do encontro em Salvador, participei do curso Iniciação à Pesquisa Científica: Fundamentos e Procedimentos - Módulo Pesquisa em Ciências Humanas, promovido pela Pró-Reitoria de Extensão - PROEX, ministrado pela professora Natália Furtado, na UESC, com carga horária de 20 horas. O curso abordava a ética na pesquisa em seres humanos e foi de grande aproveitamento, apesar de o meu projeto envolver apenas pesquisa bibliográfica. A professora Natália expôs com muita clareza as questões éticas que devem ser respeitadas durante a pesquisa. Além disso, tive a oportunidade de levantar muitas questões relacionadas à construção e execução de um projeto de pesquisa, como a composição dos relatórios parciais e finais, dúvidas envolvendo a estrutura textual do projeto, entre outros aspectos.

Em 2007 publiquei um artigo relacionado ao meu tema de pesquisa da Iniciação Científica, na Revista Urutágua - Revista Acadêmica Multidisciplinar do Departamento de Ciências Sociais, disponível no endereço: http://www.urutagua.uem.br/, cujo título é Literatura Sul Baiana: Denúncia das relações de poder masculino. Descobri depois disso o prazer da escrita. Que satisfação imensa saber que todos podem ter acesso a um texto que escrevi! E que escrevi com muito esmero... Estou feliz em saber que contribuo, ainda que minimamente, para a divulgação e valorização da literatura Sul-baiana, cumprindo o objetivo do projeto com o qual me comprometi com incentivo da agência de fomento PIBIB/ CNPq.

Em seguida, participei no período de 28 a 31 de maio de 2007, do II Seminário de Pesquisa e Extensão em Letras e I Simpósio de Linguagem, cujo tema foi: Letras Acontecendo - Linguagem, Arte, Conhecimento, realizado na UESC, pelo Colegiado Acadêmico de Letras, com carga horária de 32 horas. Muitos temas relevantes para a prática pedagógica foram debatidos nesse seminário, que foi de grande aproveitamento para mim.

De 09 a 11 de outubro de 2007, participei como colaboradora do XII Seminário Internacional Mulher e Literatura do GT Mulher e Literatura da Associação Nacional de Pós- Graduação em Letras e Lingüística –ANPOLL, realizado na UESC, sob a coordenação da professora Sandra Sacramento, junto ao DLA, com carga horária de 30 horas. Contribuí trabalhando junto à equipe de apoio técnico antes e durante o evento. Nesse seminário, eu também apresentei, em forma de pôster, um trabalho intitulado Cecília Meireles: a poetisa do sensível e do imaginário. Esse trabalho foi uma extensão do artigo apresentado em sala de aula, para obtenção de crédito na disciplina Literatura Brasileira, com orientação da professora Mari Guimarães. Considerei o evento como uma ótima oportunidade de crescimento, de aperfeiçoamento intelectual.

Finalmente, já sentindo se aproximar a conclusão do curso, afirmo, com segurança interior, que cursar Letras e Artes foi uma satisfação imensa, do início ao fim. Surpresas, descobertas, a realização de um sonho. E a acima de tudo uma grandiosa oportunidade de auto-conhecimento. Fiz boas amizades, superei dificuldades como a insegurança e o medo do futuro. Sinto que estou preparada para a Educação. Apesar de ter cursado Magistério durante o ensino Médio, não consigo mais imaginar como eu poderia estar em sala de aula sem passar pela graduação em Letras e Artes, na UESC.

Certamente, na minha profissão haverá reflexos de tudo o que aprendi. Não acredito em acasos e sim há na existência de uma força maior que sempre nos guia, nos conduz para cumprir desígnios. Mas, compreendi também que resultados exigem esforços, paciência e constância. E que o prazer de continuar buscando é infinitamente maior do que o sucesso de alcançar algo. Portanto, espero poder continuar aperfeiçoando a profissão que escolhi e pretendo exercer por toda a minha vida, mesmo que eu abrace também outros propósitos no decorrer do caminho. Jamais esquecerei todas as experiências vividas durante os quatro anos e meio de dedicação ao estudo na UESC.

----------------------------------------------------------“Ainda que eu falasse a língua dos homens ----------------------------------------------------------------------------e falasse a língua dos anjos, --------------------------------------------------------------------------------sem amor eu nada seria.” --------------------------------------------------------------------------Renato Russo

D. C. S. Santos.

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domingo, 31 de agosto de 2008

Ana Vitória Vieira Quinto

Não se pode falar de qualquer coisa
em qualquer época ............................
(Michel Foucault - Arqueologia do Saber)
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Neste momento, coloco-me de frente ao computador para relembrar tudo que me aconteceu nesses quatro anos e meio incompletos de curso de Letras. Minha memória se revela um tanto confusa, mas esse não será o meu maior problema, já que tenho como corrigi-la, no entanto me proponho a relatar todos os meus feitos sem que a emoção e a nostalgia me impossibilitem de digitar as primeiras palavras. Para iniciar, confesso ter a necessidade de comentar como fora minha vida antes de ingressar no Curso de Letras e Artes na UESC. Ao terminar o ensino médio no colégio que estudei em Ilhéus, vivi à espera de um dia ingressar numa faculdade, em um curso de renome que eu pudesse ter uma vida digna como sempre sonhei.
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No início de 2.001, o resultado do vestibular foi negativo e então, chorei. Chorei, porque não achava aquilo justo comigo, pois sempre estudava e sendo considerada uma das melhores alunas da sala de aula, minha tristeza aumentava. Muito nova, a ausência do meu nome na lista de aprovados foi doloroso não só para mim, mas para todos que esperavam ansiosos e convictos daquela aprovação. Pois bem, passados anos chego a 2004 e ouço pela televisão a notícia sobre o resultado do vestibular. Mais do que depressa fui tomar banho, (o banho mais demorado) para não ouvir os telefones tocando como uma sinfonia que ia remeter à mesma pergunta. Quando, minutos passados, recebi a ligação de meu namorado, que mais que contente, conta a mais feliz notícia que eu não acreditava ouvir. Naquele momento eu chorei silenciosamente. Chorei um choro de descanso, de recuperação da minha auto-estima e novamente mais do que depressa, abracei minha mãe, liguei emocionada para minha irmã contanto a grande notícia e disse: Meu ano começa agora!
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Ponho-me a descrever todos os seminários e cursos que freqüentei durante a minha vida como universitária, profissional e pessoal nesses últimos quatro anos e alguns meses. Inicio, então, pelo meu primeiro momento em um Fórum Nacional de Direitos Humanos - O Ser Humano Como Ponto de Partida – IX Semana Jurídica, com carga horária de 32 horas, realizado entre os dias 31 de agosto a 03 de setembro de 2004 na UESC pelo Departamento de Ciências Jurídicas. Durante o Fórum, também tive a oportunidade de participar na condição de ouvinte da oficina Proteção aos Direitos da Criança e do Adolescente com 8 horas de duração, onde pude perceber o quanto é importante a nossa presença nesses eventos, para o desenvolvimento de nossas idéias sobre qualquer assunto. Eu, como mulher e militante das causas sociais, gostei muito de participar dessa oficina que proporcionava um olhar amadurecido e rico de informações sobre o que devemos fazer para o bem de nossas crianças e adolescentes. Um tema atual e ainda cheio de pontos para serem reestruturados.
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No ano de 2.005, como membro da Pastoral da Criança, assumi voluntariamente a missão de levar a paz, comida e atenção às crianças e mulheres gestantes das famílias que eu visitava. Para isso, foi necessário me capacitar em Ações Básicas de Saúde, Nutrição, Educação e Cidadania - Guia do Líder da Pastoral da Criança encerrada no dia 24 de julho de 2005, na cidade de Ilhéus, contando com a presença de médicos, assistentes-social, promotor, políticos, agentes de saúde e segurança, donas-de-casa e estudantes, enfim um público engajado com o acolhimento dessas famílias que lutam cada dia para manterem-se vivos, diante a tantos problemas presentes em nossa sociedade. Nessa capacitação de duração total de 40 horas, estudamos e debatemos conteúdos como: Os Direitos da Criança, Cuidados importantes na gravidez e a manipulação das ferramentas que utilizamos para as constantes visitas que fazemos em cada lar de cada família atendida pela Pastoral da Criança.
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Em um momento, desses do cotidiano, fui convidada a participar de uma celebração em uma igreja. Lá, encontrei um número muito superior de jovens, se comparado com a igreja que freqüento. Mas, não foi só isso que chamara a minha atenção. Vi uma moça se comunicar com as mãos para um pequeno grupo seleto de não-ouvintes. Aquelas pessoas que não tinham como se comunicar com palavras, mas com gestos e expressões me levaram a freqüentar um curso proporcionado pela Secretaria de Educação e Cultura de Ilhéus. Através do CRIE (Centro de Referência a Inclusão Escolar), o Curso de Metodologia de Educação de Surdos e Língua de Sinais que começou em agosto e se estendeu a novembro de 2005 com um total de 30 horas, que acontecia sempre às segundas-feiras de toda semana, tendo a presença de colegas e professores que possuíam ou trabalhavam com necessidades especiais.
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Meu olhar diante às coisas ia mudando e eu precisava me manter financeiramente, pelo menos para as passagens e as cópias tanto solicitadas. Então, resolvi me candidatar à seleção de estágio administrativo nessa universidade. Consegui. E se pudesse ficar mais contente naquele momento, fiquei, porque fui chamada para trabalhar durante os anos de 2.005 e 2.006 no Centro de Estudos Portugueses Hélio Simões (CEPHES), o que não só me rendeu 50 horas de AACC, e sim o fato de estar trabalhando num lugar MA-RA-VI-LHO-SO. Estava muito bem, cercada por livros (para quem gosta de ler, este é o lugar), se localiza no DLA e tinha como coordenadora a Profª Daniela Galdino, uma pessoa muito dedicada às tarefas que aquela pequena sala exigia. A freqüência dos alunos do Curso do Departamento de Letras aumentara, e com isso a equipe de estagiários também.
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Os eventos foram surgindo, as nossas opiniões de estudantes eram ouvidas e respeitadas. Num desses eventos que admito ter sido o melhor evento na área de Literatura que o DLA pode nos proporcionar: o VII Seminário Internacional de Literaturas Luso-Afro-Brasileiras, realizado no período de 23 a 26 de outubro de 2006, que contava com a presença de professores da UESC e de outras universidades e uma carga horária de 32 horas. Nesse seminário, além de participar como monitora, o que me rendeu mais 32 horas, ainda pôde ouvir por 8 horas o brilhante Profº Marcio Muniz da Universidade Estadual de Feira de Santana com o minicurso: História do Teatro em Língua Portuguesa: Presença de Gil Vicente na dramaturgia brasileira. A escolha desta oficina, realmente não foi por acaso. Lembro muito, que a ilustríssima professora Sandra Sacramento fizera um trabalho com nossa turma ainda em 2005 sobre o teatro de Gil Vicente e então a partir daquelas aulas, me apaixonei por Literatura, o que me motiva a continuar estudando. Aproveito, esse momento para agradecer a essas duas pessoas, mulheres e profissionais que dedicam suas vidas ao que realmente acreditam e o mais encantador é que elas fazem com prazer.
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No ano de 2006, descansada da última greve que enfrentamos, tive a oportunidade de participar como ouvinte do III Seminário de Línguas estrangeiras, IX Seminário de Língua Inglesa e VI Encontro das Línguas Espanhola e Francesa (III SELE) na UESC no período de 03 a 05 de outubro, com carga horária total de 24 horas. Foi um Seminário muito importante, pois até aquele momento eu considerava que as disciplinas de Língua Estrangeira não tinham muito espaço no Curso de Letras. Sempre reclamei da autonomia que não existia nessas disciplinas. Foi um momento importante, contanto com a presença e união de todos de professores do Departamento.
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Em 2007, um ano repleto de envolvimento com as atividades acadêmicas, participei como ouvinte do II Seminário de Pesquisa e Extensão em Letras e do I Simpósio de Linguagem no período de 28 a 31/05/2007, no Auditório de Arte e Cultura Paulo Souto ou simplesmente chamado “O Auditório da Biblioteca”, cuja temática: Letras Acontecendo, Arte e Conhecimento. Esse evento foi organizado pelo Colegiado de Letras coordenado pelo “camarada” e Profº Flávio Lourenço Lima e também pelo Centro Acadêmico composto na época pela presença da nossa amiga e ex-secretária do Colegiado de Letras, Silmara Santos Aguiar. Um evento com duração de 32 horas foi percebido por mim que participação dos alunos de Letras em seminários tinha aumentado.
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No recesso acadêmico para o segundo semestre de 2007, participei do Curso Equivocidade no Uso dos Marcadores Do Discurso, com duração de 20 horas, ministrada pela docente e para sempre orientadora Maria D’Ajuda Alomba Ribeiro da UESC. Durante esta semana, pude prestar mais atenção nos usos dos marcadores discursivos e as ambigüidades que eles trazem para os textos dos livros didáticos. Em outubro participei do XII Seminário Nacional e II Seminário Internacional Mulher Literatura do GT Mulher e Literatura da ANPOLL – Associação Nacional de Pós – Graduação em Letras e Lingüística (Seminário Mulher e Literatura), realizado no período de 9 a 11 de outubro de 2007 na Universidade Estadual de Santa Cruz em Ilhéus com carga horária de 30 horas. Esse Seminário de nível nacional, coordenado pela Profª Sandra Sacramento, (já mencionada antes), contou também com a participação de professores de outros países. Pude ouvir comunicações interessantes sobre o comportamento da figura feminina da antiguidade e da contemporaneidade.
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Chegado, o momento para o comentário mais negativo que tenho infelizmente que fazer. Foi referente ao XIII Seminário de Iniciação Científica e 9ª Semana de Pesquisa e Pós Graduação da Universidade Estadual de Santa Cruz no período de 29 de outubro a 01 de novembro de 2007, dispondo de 36 horas de carga horária. Enviei um trabalho para a organização do evento intitulado “Língua Portuguesa como Língua Estrangeira: Uma Abordagem Cultural”, de orientação pela Profª Maria D’Ajuda Alomba Ribeiro. Os atrasos sobre correção e aceite do trabalho, não foi apenas o que me entristeceu, mas lembro que na véspera do evento recebi a notícia que meu pôster não estaria pronto a tempo de demonstrá-lo a toda a comunidade acadêmica desta universidade. Mesmo assim, fui adiante. Eu mesma confeccionei meu pôster, imprimindo página por página e colando na cartolina. Apresentei meu trabalho aos que se dispuseram ouvir. Aqui, deixo a minha indignação a instituição por não dar crédito aos alunos que tentam demonstrar um trabalho realizado com muita pesquisa e simplesmente, pelo fato de não fazer parte de grupos de alunos com bolsa de iniciação científica. Nós sabemos que a pesquisa faz parte da nossa trajetória acadêmica.
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Passado este fato, finalizo este memorial, relatando a minha participação no IX Encontro Baiano dos estudantes de Letras: “Uma colcha de Retalhos! As Letras e a Bahia sob a Ótica Multicultural”, realizado no período de 14 a 18 de novembro de 2007, no campus da Universidade Estadual de Feira de Santana, perfazendo a carga horária de 60 horas. É válido ressaltar, que apresentei um trabalho construído com mais dois colegas de sala, durante a disciplina Literatura Brasileira III, intitulado “A construção poética e social em A Rosa do povo de Carlos Drummond de Andrade”. Esse? Eu lembro, muito bem. Fui ouvida e aplaudida de pé. .
“Ando devagar porque já tive pressa
E levo este sorriso porque já chorei demais.
Hoje, me sinto mais forte, mais feliz quem sabe
Só levo a certeza de que muito pouco eu sei
E nada sei” (Almir Sater e Renato Teixeira - Tocando em frente)

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A. V. V. Quinto
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sábado, 9 de agosto de 2008

Flaviane Maria Machado Ferreira


Antes de descrever as Atividades Acadêmicas, faço um “flash back”, da história da minha vida. Sou nascida em Ilhéus, Sul da Bahia, estudei desde os seis anos até os dezessete anos em escola privada. Lá conheci muita gente, pessoas que me decepcionaram e amigos que até hoje se fazem presentes. O final do meu segundo grau (antigo científico) foi muito árduo e sem perspectiva de passar no vestibular, pois “algo” de novo surgia em minha vida e crescia dentro de mim...
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Em meio de tantas confusões, inquietudes e falta de estímulo, prestei o vestibular de 1992 na UESC, para Enfermagem; na UFBA, para Odontologia e na Católica, para Medicina. Acredito, hoje que essa opção de curso no vestibular foi estimulada pela minha irmã mais velha que já cursava Medicina na Católica e não por querer um dia ser uma médica.
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Enfim, neste mesmo ano em maio nasce minha filha e agora naquele instante os “holofotes” estavam ligados somente em direção a ela, mas mesmo assim em 1993, decidi fazer vestibular na UFBA para Agronomia e sem esperar, o resultado foi positivo. E agora! Será que estava preparada para deixar aquele ser que precisa tanto de mim? Não consegui seguir adiante e então cansada de não ser “ninguém”, resolvi trabalhar. Durante sete anos, entre a Etc e Tal (saudades de Lelé) e a Benetton trabalhei no comércio, apesar de ser um emprego cansativo e árduo gostava muito do que fazia, pois sabia que o que me deixa viva era estar entre as pessoas.
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No final de 2000, resolvi pedi demissão do emprego, pois um vazio tomava conta de mim e eu estava sendo “apagada” do mundo. Com apoio dos meus pais, comecei a estudar no Galileu, cursinho pré-vestibular, mas a indecisão ainda estava presente porque não sabia qual curso faria na UESC. Agora o vestibular era tudo na minha vida e eu precisava passar. Então, escolhi o curso de Comunicação Social por gostar de Língua Portuguesa e Língua Inglesa. Não consegui passar e a tristeza ficou no ar...
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No ano de 2004 ingressei nesta instituição, havia passado no curso de Letras, neste momento o espaço só estava reservado para alegria, ansiedade e medo. Um novo tempo começara e com ele vieram às dificuldades, apesar de gostar muito de inglês “cai” de pára-quedas em uma sala repleta de professores de Língua Inglesa e a professora regente naquele semestre foi muito dura e seca, mas graças a minha garra e ajuda de alguns colegas queridos venci a batalha.
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No dia 06 de Novembro de 2004, o Colégio São Jorge dos Ilhéus promoveu o X Seminário de Pais e Educadores: A Dinâmica Relacional: Família, Escola e Sociedade, contando com carga horária de 8 horas. Estavam presentes pessoas renomadas como: Dr. Içami Tiba, Prof.ª Tânia Zagury e Dr. Pedro Chagas que trataram desse tema com muita precisão e competência.
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Em Novembro, nos dias 24 a 26 ocorreu o II SELE - UESC: A formação do Aprendiz de Língua Estrangeira, contando com a carga horária de 28 horas. Neste encontro eu me “deliciei” com as histórias contadas por professores de Língua Inglesa e Língua Espanhola e até hoje me recordo do “O Lobisomem”, que mesmo sem compreender a língua direito me emocionou bastante. E com esse seminário pude aprender a importância de uma língua estrangeira dentro do contexto social e educacional, passando a entender cada vez a necessidade de saber uma segunda língua.
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Em 2005 começaram as disciplinas literárias e a necessidade de mais leitura e dedicação. Paralelo a isto, comecei a lecionar as disciplinas de Inglês e Redação no Colégio Estadual de Ilhéus. Essas aulas foram um “grande” impulso na minha vida acadêmica e profissional, dando ínicio a uma enorme paixão.
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Em Novembro, nos dias 07a11 foi realizado o XI Seminário de Iniciação Científica e 8ª Semana de Pesquisa e Pós-Graduação da Universidade Estadual de Santa Cruz com carga horária de 32 horas. Participei como ouvinte, mas pude notar a importância do aluno como pesquisador e o seu desenvolvimento intelectual ainda como estudante.
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Ainda no final deste ano, já em Dezembro no dia 19, ocorreu na UESC, O Barulhinho Bom - Um Encontro com Luís Gonzaga e Patativa do Assaré, contando com a carga horária de 8 horas, neste encontro foi destacado a nossa cultura, a importância da linguagem, da arte e não se tratava de algo clássico ou canônico.
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Nos dias 19 e20 de Janeiro de 2006 foi realizado o I Encontro com a Literatura Infanto-Juvenil, participei na condição de ouvinte com carga horária de 16 horas e de comunicadora com a carga horária de 2 horas, apresentando “O menino do dedo verde”, de Maurice Druon. Adorei esse seminário, pois sempre gostei de literatura infanto-juvenil, achando necessário incentivar as crianças e os jovens o gosto pela leitura, tornando-a um ato prazeroso.
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Em Maio, deste ano, comecei a lecionar Inglês no IME, Instituto de Ensino Eusinio Lavigne, no município de Ilhéus e por estar integrada na rede pública participei no dia 27 de Junho do 1° Fórum de Educação da Costa do Cacau com carga horária de 12 horas.O tema era Educação: Prática Dialógica e Afetiva: Participem! Transforme! Assunto muito instigante e que nós educadores enfrentamos no nosso cotidiano, fazendo a nossa parte para melhoria da educação.
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Neste ano ainda, participei como ouvinte no dia 08 de Julho do curso: A Arte de Contar Histórias com carga horária de 08 horas, percebendo a dimensão, a magia e a ficção das histórias e a presença do lúdico nelas.
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No dia 04 de Agosto participei do I Seminário de Morfologia da UESC com carga horária de 08 horas. Este evento foi organizado pelos alunos do 8° semestre de Letras e pela Professora Maria D’ ajuda Alomba Ribeiro onde foram discutidas questões lingüísticas que permeiam nossa vida diária.
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Entre 03a 05 de Outubro, ainda neste ano, participei do III Seminário de Línguas Estrangeiras, IX Seminário de Língua Inglesa e VI Encontro das Línguas Espanholas e Francesas, contando com carga horária de 24 horas. Este encontro teve como objetivo acrescentar e enriquecer o nosso conhecimento acerca da língua estrangeira, através de profissionais renomados dessas disciplinas.
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No período de 17 a 20 de outubro acontecia o XII Seminário de Iniciação Cientifica da Universidade de Santa Cruz, com carga horária de 28 horas, o qual participei como ouvinte, escutando as experiências dos acadêmicos como aluno - pesquisador e a importância de estar sempre pesquisando e aprimorando os conhecimentos.
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Cada evento que participava acrescentava “algo” novo, e em Outubro ainda, aconteceu nos dias 23, 24,25 e 26 o VII Seminário Internacional de Literaturas Luso-Afro-Brasileiras, contando com a carga horária de 32 horas. Neste seminário eu participei enquanto ouvinte das palestras e do mini - curso Diálogo Poético África-Brasil, que tinha como carga horária 08 horas. Este evento foi um momento muito importante na minha vida acadêmica, pois trouxe estudiosos e professores de outros países, trazendo culturas diferentes acrescentadas as nossas.
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Paralelo a tudo isto, trabalhei como Professora-Monitora de Abril a Dezembro de 2006 no Programa Pré-Vestibular “Universidade para Todos”, contando com 06 horas semanais, ministrando aula de Redação. Com esta experiência percebi que adoraria continuar trabalhando com o pré-vestibular, pois a vontade de aprender desses alunos me deixava “viva” e necessária para sociedade.
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No ano de 2007, no dia 12 de Setembro participei da oficina, Aspectos da Produção Científica: Relatórios e Publicações, no I Seminário de Extensão da UESC, com carga horária de 02 horas, onde aprendi normas de como escrever artigos, memoriais, resenhas etc. Informações estas que precisamos em toda vida acadêmica.
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Em 9 a 11 de Outubro, participei do XII Seminário Nacional e III Seminário Internacional Mulher Literatura do GT Mulher e Literatura da ANPOLL, na condição de ouvinte com carga horária de 30 horas e com a apresentação oral do pôster, Viagem de Cecília Meireles: O poder da linguagem em despertar o imaginário do leitor, o qual fiz parceria com duas colegas amigas Leila Soares de Sá Mota e Edlane Brandão Mendes Bacelar. Este trabalho foi desenvolvido na disciplina Literatura Brasileira III em forma de artigo e ministrado pela Professora Daniela Galdino, uma grande mulher e amiga.
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Enquanto aconteciam estes eventos, eu ministrava aula como Professora Monitora na disciplina de Redação no Programa Pré-Vestibular “Universidade para Todos”, no período de Agosto a Dezembro de 2007 com carga horária de 06 horas semanais. Eu tenho orgulho e prazer de participar deste programa, o qual incentiva os alunos da rede pública a ingressarem na universidade.
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Já no final do curso, participei do III Seminário de Língua Portuguesa e Ensino e do I Colóquio de Lingüística, Discurso e Identidade, realizados no dia 19 a 21 de Maio de 2008, na condição de ouvinte com carga horária de 33 horas, sendo também participante da oficina Estética e Comunicação do Cotidiano em sala de aulas: Tirinhas, charge... com carga horária de 04 horas.Este seminário foi um dos melhores que já participei, não sei porque tiveram nomes importantes como Marcos Bagno e Irandé Antunes ou por não ser mais aquela que cheguei aqui, agora estou crescida e meu intelecto é outro.
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Em meio a esses acontecimentos, realizo meu estágio de Língua Portuguesa, atuando como professora de Produção Textual, na oitava série noturno do ensino fundamental II, no colégio IME em Ilhéus, contando com o auxilio da Professora Mestra Arlete Vieira, pessoa que admiro muito e aprendi “coisas” que nem imaginava.
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Enfim, chegou o momento tão esperado que não consigo nem acreditar, antes de encerrar esse memorial, gostaria de agradecer a Deus,a alguns colegas queridos: Suellen, Edlane, Leila ,Tati e Guilherme que me apoiaram nos momentos que mais precisei. Quanta saudade! Saúdo mestres como: Gessilene Kanthack, com sua exigência e precisão; Arlete Vieira, com sua palavra amiga e sábia; Elida Ferreira, com seu conhecimento e tranqüilidade e todos aqueles queridos professores que tive nesta instituição.
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Deixo a UESC com a consciência que me dediquei. Fiz amigos eternos que jamais esquecerei aprendizados eternos e fico feliz que apesar dos obstáculos amo ser professora. Já não sou mais a mesma, mas vejo mais uma vez que cresci e através das Letras me encontrei e hoje sou quem sou... Estou saindo daqui graduada em Letras, mas um dia volto, pois o estudo e o aprender não tem fim. Valeu foi aqui na UESC que sorri ,chorei,gritei, aprendi e cresci. Termino o me falar com a poesia: Retrato. de Cecília Meireles que tanto adoro.
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Eu não tinha este rosto de hoje,
Assim calmo, assim triste, assim magro,
Nem estes olhos tão vazios,
Nem lábios amargos.
Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas:
eu não tinha este coração que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
Tão simples, tão certa, tão fácil:
-Em que espelho ficou perdida
A minha face? (MEIRELES, 1939)


F. M. M. Ferreira
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Luziana Carvalho da Encarnação


Antes de começar a redigir este Memorial Descritivo, fiquei pensando se aqui caberia ou não iniciá-lo com algumas linhas que contém um pouco sobre os meus primeiros contatos com a Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) antes mesmo de imaginar que um dia eu ingressaria como estudante desta instituição. Decidi então começar contando sobre “antigos” contatos.

Minha história com a UESC começou quando eu ainda tinha cinco anos de vida. Lembro ainda da mão de uma de minhas tias segurando a minha, ainda pequena, levando-me para passear nos bosques da “ueque”, como eu mesma pronunciava. Para mim, que sempre morei no bairro, Salobrinho, onde fica localizada a instituição, a universidade representava no sentido mais amplo da palavra, os meus universos. Esses onde as crianças passeiam por dentro, por fora, em volta, no infinito fantástico do seu mundo lúdico. O contato com novos rostos que não os do meu bairro comprovavam que eu, de fato, não estava em meu bairro. Estava em contato com pessoas estranhas, em um lugar longe e diferente de casa. Longe mesmo! Mas recuso-me a falar aqui dessas diferenças, exceto para dizer que são injustas.

Mais tarde, aos 11 anos de idade, comecei a estudar a 5ª série do Ensino Fundamental em um dos pavilhões cedido pela própria UESC para a Escola Municipal do Salobrinho. Os diversos rostos circulavam por toda parte: corredores, salas da biblioteca (que ainda era um pequeno acervo no Pavilhão Adonias Filho), banheiros, jardins, pavilhões, e, eu ficava fazendo aquelas perguntas cabeludas de criança: o que toda aquela gente fazia ali? - Sinto necessidade de abrir um parêntese neste momento: (fui criada pelos meus pais ouvindo a frase chavão: “é preciso estudar para ser alguém na vida.”) E eu pensava: mas eu já não sou alguém ou vou nascer de novo? Nunca mencionaram que depois de algumas etapas de estudo eu teria que enfrentar o vestibular - outra injustiça – e que todas aquelas caras estavam tentando ser “alguém na vida”, no entendimento deles.

Enquanto os quatro anos de Ensino Fundamental passavam, eu ia me engajando em alguns projetos como o Arte e Movimento (Grupo de Dança e Teatro do Núcleo de Artes da UESC (NAU)), o projeto Menor Aprendiz onde estive na condição de telefonista por 12 meses na Torre central e o grupo de leitura Toca da Leitura criada pela Escola Municipal do Salobrinho na UESC.

Já familiarizada com aquele espaço antes mesmo de terminar o Ensino Fundamental, centrei no objetivo de ingressar no curso de Comunicação Social. Sabia que não seria fácil, tinha consciência de que o ensino público não preparava suficientemente um/a aluno/a para a vida menos ainda para uma prova de vestibular.

Acreditando em mim, meus pais me auxiliavam em minha vida estudantil. Muitas vezes me sentia perdida em relação ao motivo pelo qual eu queria entrar para a faculdade já que sonhava em ser hippie e viajar o mundo inteiro, falando língua de pessoas que se tornaria minha, acordando cada dia em um lugar diferente e tendo uma vida anormal segundo os preceitos da sociedade onde vivo.

Dentro destas indagações me surgia outra: Por que estava escolhendo um curso de Comunicação Social voltado para o jornalismo? Foi quando me dei conta de o que desejava era escrever em forma de denúncia sobre o injusto e o injustiçado a minha volta. Percebendo essa ânsia, me deparei com uma compreensão em relação ao meu desejo em adotar a vida hippie: eu queria fugir e fechar os olhos para o mundo que percebia. Desejava viver de um jeito que me isentasse de perceber a realidade a minha volta não me enxergando como sujeito que construindo conhecimento poderia viver e dar minha contribuição para transformação do mundo injusto que tanto me inquietava. Morar no bairro do Salobrinho e percebê-lo era para mim a motivação de ingressar num curso de Comunicação Social.

Passei dois anos tentando o vestibular dedicando-me à preparação desta “prova de fogo” paralelo ao trabalho. Ao final de uma das provas de vestibular, conheci uma estudante que me disse que o curso de comunicação social da UESC não era voltado para jornalismo e sim para rádio e TV. Pensei: e agora? Nesta terceira tentativa, estava trabalhando como vendedora numa boutique no centro de Ilhéus e quando não chegava atrasada num desses cursinhos preparatórios para vestibular, dormia entre uma aula e outra. (de tanto cansaço? Justificar para não parecer preguiça (RS.)

Foram abertas as inscrições para o vestibular e eu ainda não sabia o que faria. Pensei rápido: Quem quer ser jornalista tem que saber escrever e entender as especificidades da língua e da linguagem. Pensei rápido: será Letras. Diferente do que possam pensar, não considero que eu tenha caído de pára-quedas neste curso, pois os objetivos continuaram sendo os mesmos. Queria de alguma maneira interagir com o mundo.

Passado alguns dias, saindo exausta do trabalho debaixo de chuva, suplicando que algo de motivador em minha vida acontecesse aquele ano, recebi um telefonema de uma amiga que me pedia para eu sentar. Sentei num banco de uma praça. E ela me disse: “Quem está na chuva é para se molhar, você passou no vestibular da UESC!”

Diferente do que acontece com alguns/mas estudantes do curso de Letras da UESC o tempo fez com que eu me apaixonasse ainda mais pela área. Foi dentro deste curso que percebi com mais nitidez de que qual seja o conhecimento, este é fundamental para a compreensão do mundo e das coisas que nele há. Foi ainda no curso de Letras que me dei conta de que temos que aprender a olhar para o norte, sul, leste e o oeste, como me dizia um sábio professor. Em outras palavras, aquele universo que via na Universidade quando criança pode (podia) ser o Universo de Possibilidades. Possibilidades de ações, possibilidades de mudanças e possibilidades de transformações. Foi no curso de Letras que percebi que as instituições não são perfeitas, que os professores não os são, que alunos também não. Menos ainda quando todos, juntos, não interagimos harmonicamente para o tão esperado progresso. Isto me dá a serenidade de afirmar que somos seres condicionados e não determinados.

No curso de Letras também fui conhecendo “coisas” das quais nunca tinha ouvido falar. Tudo muito novo e o novo, às vezes, assusta. Entre uma aula e outra ouvi dizer que um/a bom/a aluno/a deve ser pesquisador/a. Levei um susto! Vinda do ensino tradicional achava que a pesquisa se restringia em abrir o livro e copiar o que nele havia.

Foi quando em 2005 participei do I Seminário de Pesquisa e Extensão em Letras – SEPEXLE, realizado de 03 a 05 de maio na UESC com carga horária de 36 (trinta e seis) horas. Este seminário foi, sem dúvida, um chamado a importância da pesquisa para a vida de um/a estudante. Um semestre antes de acontecer tive a oportunidade de ter tido um projeto (Ditos populares no sul da Bahia: Origens e Mudanças) aprovado pelo CNPq com a orientação da professora Gessilene Silveira Kanthack e por uma dessas escolhas que temos que fazer na vida, optei por trabalhar numa escola de Educação Infantil acreditando que estaria fazendo a escolha certa, pois neste período passei por muitos problemas financeiros e tinha que fazer esta escolha que não foi fácil, confesso no entanto o meu arrependimento. Depois do SEPEXLE me dei conta da grande importância que tem a pesquisa na vida estudantil contribuindo para o desenvolvimento de novos estudos na comunidade acadêmica e também no amparo de novas pesquisas.

Depois da compreensão da palavra Seminário, que o Mestre Rubem Alves sempre a define como sêmen, germinação, vida, peguei gosto por esta germinação incansável completamente despreocupada com o cumprimento das 200 horas das Atividades Acadêmicas científicos-culturais, ali, entre um evento e outro, a ansiedade era somente de germinar saberes, atenta sempre a uma idéia íntima: de que saber não é estar excessivamente certa de minhas certezas.

Após esta germinação, mergulhei como ouvinte e comunicadora no I Encontro com a Literatura Infanto-Juvenil que aconteceu no período de 19 a 20 de janeiro de 2006 com carga horária total de 18 (dezoito) horas. Confesso que quando foi oferecida esta disciplina à turma fiz inferências sobre a importância e relevância que ela teria para minha vida estudantil, profissional e pessoal. Não tardou muito para a grande descoberta: de que há muito neste universo lúdico do que acredita nessa vã filosofia. Ainda muito vista como Literatura somente destinada a jovens e adultos, descobri que á literatura não cabe rótulos se não o da liberdade em todo sentido que essa palavra pode traduzir. A alegria da confirmação de alguns conhecimentos empíricos que eu guardava em relação a essa descoberta foi mágica. Eu sempre me perguntava por que os livros de literatura infanto-juvenil tinham de ser assim classificados se eu era uma adulta que os lendo me transportava as mais diversas reflexões e lugares nunca idos.

Nesta viagem inesgotável, fui germinar no I Seminário de Español de los Alumnos de Estágio Supervisionado I del Curso de Letras de 20 a 21 de fevereiro de 2006, na condição de ouvinte com carga horária de 20 (vinte) horas nesta universidade. Já apaixonada pela língua española me deparei com algumas estratégias de ensino da mesma através de filmes, músicas e textos sugeridos pelos alunos que estavam concluindo o curso para serem trabalhadas em sala de aula. Essas são as oportunidades que tive e tenho de aplicar as teorias em sala de aula.

Nos dias 26 e 27 de junho deste mesmo ano, pedi permissão no trabalho para assistir ao I Fórum de Educação da Costa do Cacau com carga horária de 12 (doze) horas. Apesar de ter achado o evento mal organizado, com palestras fragmentadas, aproveitei para trocar experiências com muitos professores que ali estavam e reencontrei professores meus que não via há anos. A troca de experiências acontece até hoje nas páginas de encontros do mundo virtual.

Um mês após esse fórum, participei nesta instituição, como ouvinte, do curso A Arte de Contar Histórias que aconteceu em 08 de julho de 2008 com carga horária de 08 (oito) horas. Lembro-me exatamente da euforia dos participantes com a maneira lúdica como o palestrante nos apresentava essa arte e me dei conta que todos nós fazemos isso todo o tempo de alguma maneira e que um/a professor/a deve se apropriar dos artifícios desta arte para desempenhar suas atividades em sala de aula. Essa pode ser uma maneira lúdica do educador desempenhar o seu fazer pedagógico com os/as alunos/as.

Ainda neste mesmo mês tive o prazer de participar do Seminário Todo Sobre Almodóvar nos dias 20 a 21, com carga horária de 08 (oito) horas. Seria o segundo seminário organizado pela professora de español, Luciana Mariano que realizou um excelente trabalho junto aos seus alunos do turno noturno. O cinema estava realmente fazendo diferença em suas aulas e através deste seminário foi possível conhecer com mais propriedade sobre este cineasta tão comentado no mundo hispânico. O evento superou todas as minhas expectativas e teve uma repercussão muito positiva, ajudando-me inclusive a inovar meus planos de aula de língua española no curso particular onde trabalhava neste período.

Todos esses eventos até aqui me transportaram para lugares onde as reflexões sobre mim mesma e o que estava buscando profissionalmente se tornavam ainda mais aguçadas ao passo que quanto mais conhecia mais ainda queria conhecer e entender. Confesso que a responsabilidade de ser educadora ainda me assusta muitíssimo. Mas não considero isso negativo, pois sei que se há essa preocupação latente em mim é por que ainda acredito no que me propus a labutar acreditando igualmente no progresso do país que vivo.

E foram nestas viagens que me transportei até Brasília para participar de um dos meus grandes sonhos como estudante de Letras: XXVII Encontro Nacional de Estudantes de Letras (ENEL), realizado de 11 a 18 de agosto de 2006 na Universidade de Brasília (UNB) com carga horária de total de 90 (noventa) horas. Lembro que o esforço para participar deste encontro foi grande. Eu enfrentava problemas financeiros na época e o que tinha, com ajuda de minha mãe, era somente para pagar a inscrição, o do ônibus, eu vendi bombons de chocolates durante três semanas. O que havia me sobrado era somente um cartão de crédito com seis reais e, na carteira, mais três reais. Não desanimei. Seria uma aventura real por uma causa nobre. A animação era grande, as expectativas em conhecer a capital do país, ouvir Marcos Bagno pessoalmente, conhecer os Planaltos, assistir aos eventos e participar da festa do cabide eram tomadas por todos e todas. Fui comprometida a participar de todas as palestras e cursos oferecidos neste encontro. Cumpri! Juntei-me a um grupo que não via problema em conhecer a cidade fazendo caminhadas (tudo é muito distante em Brasília) participando do evento, conheci os pontos turísticos da “Grande Cidade” (não serei irônica, prometo). Ter ouvido Bagno falar sobre o preconceito lingüístico foi, para mim, o ápice das minhas leituras e posicionamentos em relação a esse assunto e fui mergulhando nas plenárias: “Multiculturalidade, um olhar Crítico sobre Diferentes formas de Poder”, “Reforma Universitária” ao ar livre e as veias artísticas afloradas nas peças teatrais e sarais literários daqueles estudantes unibenses que até hoje marcam presença nas viagens que faço. Este evento, para mim, foi o maior de todos, em todos os sentidos.

Em setembro deste mesmo ano, fui outra vez semear no seminário Alunos com necessidades Especiais e a formação de professores: desafios e perspectivas, que foi realizado nos dias 19 e 20 pelo Laboratório de História e Geografia (LAHIGE), com carga horária de 22 (vinte e duas) horas. Este seminário foi muito esperado por mim, pois neste período estava trabalhando numa escola na qual tinha dois alunos com necessidades especiais e poucos recursos me eram oferecidos para que eu soubesse lidar com eles. A inquietação em querer descobrir a melhor maneira de interagir com os meus alunos era grande e foi através deste seminário que descobri que o/a professor/a é quem deve buscar por conta própria cursos que os auxiliarão para vivenciar esta experiência. Falar de alunos especiais ainda é um assunto que me indigna muito pois tenho consciência do pouco que ainda é feito para que eles tenham melhores condições de viver plenamente seus direitos a começar pela estrutura física da própria UESC que ainda não oferecia uma melhor estrutura para essas pessoas. Há muito ainda por fazer e esse seminário motivou-me a escrever alguns projetos ainda em mente, no entanto certo de concretização.

No primeiro semestre do ano de 2006, fui estagiária no Centro de Estudos Portugueses Hélio Simões (CEPHS) e essa experiência foi para mim muito relevante no que diz respeito ao conhecimento que absorvi em organizações de seminários, sarais e encontros idealizados e concretizados ali. Entre esses eventos realizados pelo CEPHS não poderia deixar de mencionar o VII Seminário Internacional de Literaturas Luso-Afro-Brasileiras organizado pela “Mestra” Daniela Galdino e equipe no período de 23 a 26 de outubro. Neste evento fui ouvinte e monitora numa carga horária total de 64 (sessenta e quatro) horas. Não posso aqui deixar de citar que através deste seminário iniciei os meus primeiros contatos com as literaturas moçambicanas e senegalenses, essas que me levam para o encontro com minhas raízes, minhas crenças e meus interesses pela literatura africana. Este seminário ajudou-me na compreensão de que tratar de educação no Brasil exige também, um maior comprometimento com a educação multicultural.

Depois destas viagens aos mundos africanos, fui para mais uma também com fortes influencias africanas: Salvador. X Encontro Baiano dos Estudantes de Letras (EBEL) com o tema Sociedade das Letras: como o profissional de Letras pode transformar a sociedade, realizado no período de 02 a 05 de novembro de 2006. Lá participei do mini-curso Augusto dos Anjos – Identidade, Existencialismo e Autobiografia. Esse foi o único curso que realmente foi interessante, em minha opinião, pois propôs uma visão inovadora sobre os estudos até hoje feitos sobre a vida deste escritor polemizando o termo biografia e autobiografia.

Depois das férias de 2006 um novo semestre começava para mim, que estava desanimada com algumas experiências com aulas cheias de métodos tradicionalistas que engarrafavam a literatura e que não despertava em mim e nem nos colegas a literatura como forma de expressão, reflexão e liberdade, ao contrário, a única expectativa que tínhamos, era a de obter nota, infelizmente. O semestre foi passando e sempre encontrava uma motivação para novas buscas. Essas motivações às vezes chegavam das maneiras mais variadas, seja pela poesia de Manoel de Barros ou pelas crônicas de Rubem Alves, seja pela música de Gonzaguinha ou as aulas de professores/as que conseguiam me arrebatar em sala de aula. E fui para o universo da filosofia com a palestra História, Memória e Esquecimento em Nietzsche, ministrada pelo docente Lorival Pereira nesta mesma instituição, em 28 de março de 2007 com carga horária de 02 (duas) horas. Devo admitir aqui o meu interesse e entusiasmo pelo curso de filosofia, a minha curiosidade em embarcar neste mundo que ainda desconheço, mas que me instiga e instigou ao longo da trajetória.

No mês seguinte do dia 18 de abril, fui convocada para ser monitora no evento Encontro com Monteiro Lobato, realizado na UESC com carga horária de 20 (vinte) horas, evento incentivado pelo Programa de Incentivo à Leitura (PROLER) e o CEPHS. A relevância deste encontro foi renovadora para mim como leitora de Monteiro Lobato. Ajudou-me a observar mais atentamente sobre as intencionalidades e a genialidade desse ícone da literatura brasileira, que antes lia refletindo inocentemente.

Ainda no mesmo ano, participei e apresentei um trabalho na Universidade do Estado da Bahia no Campus V – Santo Antonio de Jesus, de 13 a 15 de dezembro, intitulado “Múltiples Miradas – Múltiples Culturas: Representaciones Culturales Latinoamericanas em Clases”. Este foi o I Seminario de Estúdios de Lengua Española que me possibilitou participar da oficina Bailando Flamenco com carga horária de 03 (três) horas e o minicurso Breve Panorama de las Literaturas Africanas en Español neste mesmo Campus com carga horária de 04 (quatro) horas. Este seminário contribui grandemente para minha trajetória como professora de Língua Española. Ele foi muito bem organizado, os cursos muito bem ministrados no sentido de atenderem as expectativas dos/as estudantes. Ousaram e usaram da criatividade na construção de trabalhos que traziam temas que merecem mais atenção na formação de nós, professores da língua espanhola, como: “Cómo conducir el alumno en su proceso de adquisición?”, “Cómo entretener el alumno en los ejercicios gramaticales?” “Qué Español enseñar.” Não tenho dúvida de que até o momento essas perguntas vivem a sondar meu fazer pedagógico mas o primeiro passo foi dado e as inquietações continuam. Qualquer que sejam as respostas, ainda não me bastará se o resultado não refletir no aprendizado dos/as meus/minhas alunos/as.

Ainda são muitos os eventos que aqui já não cabem serem citados pela limitação do espaço, mas ainda cabe mais um: Curso de Actualización de Profesores de Español de Brasil, realizado em fevereiro de 2008 e que foi sem dúvidas um divisor de águas em relação as minhas expectativas como professora de Lengua Española. Muitos foram os Semens vislumbrados nos Seminários, nos Grandes Encontros, nas Longas Jornadas, nos Debates, Fóruns, Palestras. Todo esse “Sêmen” que me empenhei em participar foi na certeza de que maior será a Germinação. Pode ser utópico, mas ai de mim se não acreditasse na utopia. Se não acreditasse, não teria começado o curso de Letras e nem estaria concluindo esta etapa. Sim! Por que para mim, o curso não acaba. O curso não se finda, é inesgotável. Como a própria palavra sugere, é um andamento, um caminho, um fluxo contínuo.

Eu não posso encerrar este memorial sem deixar de fazer alguns agradecimentos a pessoas que talvez não saibam, mas que me ajudaram de maneiras diversas a continuar, não desistir, a acreditar e seguir sem medo: Meus pais, Ana Pinheiro de Carvalho e José Luis Oliveira da Encarnação, quem me inspirava todos os dias desde o momento do despertar para o dia ao despertar para a vida.

Aqui também acentuo minha admiração ao profissionalismo brilhante da Doutora Gessilene Silveira Kanthack, um dos meus espelhos, ao da Doutora Júlia Oliveira. Agradeço também a Doutora Janaína Soares por quem tenho grande admiração e afeto, esta que sempre me incentivou, auxiliou e cumpriu lealmente com o seu papel, ajudando-me na preparação para o caminho vindouro. Deixo também aqui registrado meus agradecimentos à saudosa Mestra Daniela Galdino que me apresentou a Literatura como sempre sonhei conhecer na academia: Libertadora e Arrebatadora. Sou grata também a oportunidade de ter conhecido a Mestra Arlete Vieira da Silva que me lembrou algo que acreditava quando criança e que havia me esquecido quando me tornei adulta: que podemos sonhar e realizar coisas juntos. Que as palavras têm força quando paralelas à ação e que podemos juntos fazer “Gente mais gente”. Obrigada por não me deixar acreditar em coisas que julguei acreditar sozinha. Será impossível aqui também não mencionar a forte presença que me acompanha desde o Ensino Fundamental, a do meu Mestre eterno, Genivaldo Guimarães dos Santos, quem me ensinou a perceber o mundo a minha volta com sua prática de ensino por uma vida mais digna, justa e, portanto, plena. Obrigada por me mostrar a arte de perceber o outro e respeitá-lo acima de quaisquer circunstâncias.

Registro alguns desejos não realizados na trajetória do meu curso nesta universidade. Eu gostaria muito de ter tido o prazer de ser aluna de professores que sempre ouvi falar pelos alunos polemicamente pelos corredores. Na verdade, tenho muito cuidado em generalizar pessoas a situações por entender que a experiência que um teve não pode ser a experiência que terei. Desejei muito, dentro da universidade, ser mais participativa na luta por uma universidade mais justa e pública, mas confesso que minha decepção com a falta de articulação política dos próprios estudantes foi maior que essa vontade e decidi fazê-lo fora dela. Outro desejo aguçado foi o de ter gritado em todas as aulas de Latim que assisti nesta instituição afirmando que “Eu não penso com o dedão do pé e que merecia respeito”. Eu não posso seguir mais contando os meus desejos, eles são muitos em relação à melhoria do curso de Letras e me sinto á vontade para falar aqui já que eu o vivenciei senão de uma forma plena, me doando da melhor forma que pude dentro das minhas condições humanas.

Retomando a minha infância, percebi que algumas coisas não mudaram. As caras nos corredores da “ueque” continuam diversas e diferentes, ainda existe vários universos dentro da Universidade, mas eles já não são limitados e maiores que a minha satisfação em saber que até aqui meu dever foi cumprido e que a minha inquietação e vontade em interagir com o mundo em busca da transformação em prol do bem comum segue com a mesma expectativa, garra e determinação.

Onde quer que haja mulheres e homens há sempre o que fazer, há sempre o que ensinar há sempre o que aprender.”

(Paulo Freire)

L. C. Encarnação


Guilherme da Silva Caspar

Retornar

Afirmo que a única finalidade da ciência é
aliviar a miséria da existência humana.
B. Brecht

Venho de São Paulo, cidade onde nasci e que só deixei para vir morar em Ilhéus. Iniciei meus estudos acadêmicos na Universidade Bandeirante de São Paulo – Uniban, em 2002, onde cursei o primeiro ano e, mais tarde, tentei a transferência para a UESC. Como não consegui, prestei vestibular em 2005, convalidei as disciplinas cursadas e aqui estou eu me formando.

Sempre gostei de ler e estudar, mas a respeito do que me atrai. Dessa forma, após várias reflexões sobre qual curso escolher, entre eles Filosofia e História, me decidi pelas Letras. Nunca tinha pensado no nome desse curso como Ciência das Linguagens, como propôs Marcos Bagno durante o III Selipe. Gostei tanto do curso quanto da proposta de Bagno que lutarei por essa mudança terminológica.

O último evento acadêmico do qual participei foi o já citado Selipe – Seminário de Língua Portuguesa e Ensino, realizado em maio de 2008, aqui na UESC. No primeiro dia ouvi a conferência da Bagno, que me fez lembrar das minhas primeiras aulas de lingüística em São Paulo. Ler a Língua de Eulália foi deleitoso, no entanto, as discussões geradas em sala de aula, decorrentes dessa leitura, foram mais. Defesas ferrenhas do ensino tradicional versus “novas“ propostas de ensino da Língua Portuguesa.

Hoje, após alguns anos, percebo que os mesmos assuntos são retomados em apresentações como a de Bagno, ora com uma abordagem mais acadêmica e técnica, ora mais descontraída e exemplificada. Vejo que, por mais de uma década, o esforço de um grupo de pesquisadores e educadores, em busca de um educar mais justo e adequado em sala de aula, propõe contínua e insistentemente novos olhares para o ensino, se desdobra e se multiplica de forma audaciosa e vigorosa diante de tantos séculos de tradição gramatical.

Quanto às AACCs, inicialmente tive uma impressão ruim, pois não as conhecia e, logo no primeiro ano, alguns colegas de turma começaram a amaldiçoá-las. No entanto, tudo mudou a partir da 17ª Bienal Internacional do Livro quando ouvi Sírio Possenti e Maria Helena de Moura Neves, pois passei a ser mais sujeito de minhas ações e a gostar desses eventos. Foram cinco dias de contato com um mundo novo através do Projeto Universidade (40h), de 29 de abril a 3 de maio de 2002, no Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo. Eu mal tinha ouvido falar em lingüística e já estava diante de pessoas, renomadas na área, abordando discussões sobre conteúdos, práticas pedagógicas e políticas educacionais. Tive contato com a ala dos gramáticos também, além de fazer algumas amizades e comprar meus primeiros livros.

Nos dias 25 e 27 de setembro e 16, 17 e 18 de outubro do mesmo ano, participei da Jornada de Letras: Língua / Literatura / Ensino – Novos Olhares (18h), na própria Uniban (campus Marte), em São Paulo. Tive a oportunidade de acompanhar de longe a agitação na organização de um evento. As novidades foram os relatos de experiências docentes e uma palestra ligando vários aspectos culturais, feita por uma professora da casa, a partir da projeção do filme A marvada carne (1985), de André Klotzel. Língua, literatura, pintura e cinema postos no mesmo balaio e sendo abordados ao mesmo tempo. Foram reflexões sobre a vida interiorana e o sonho de ir para a cidade grande. A surpresa para todos foi saber que uma colega de turma era parente distante de Almeida Jr., pintor brasileiro referido no filme. Aprendi que este pintor surpreendeu seus contemporâneos ao utilizar técnicas de pintura realista aprendidas em Paris para pintar o matuto ituano picando fumo e amolando machado.

Já em Ilhéus, me deparei com mais novidades, mais surpresas e novos contatos. Iniciando o terceiro semestre aqui na UESC, a partir de 2005, outros caminhos me esperavam. Entre 3 e 5 de maio, participei do I Seminário de Pesquisa e Extensão em Letras – SEPEXLE (24h). Recém-chegado e ainda retraído diante de tantas discussões sobre literatura, línguas e lingüística, me impressionei com a participação de uma professora da casa, que estava na platéia, quando ela expôs, com outras palavras, é claro, que “mesmo os escritores e teóricos consagrados e em evidência podem, e devem, ser questionados sempre que um argumento plausível for construído”. Isso me fez refletir sobre a interação direta e necessária de qualquer participante de um evento e repensar minha participação como ouvinte.

Pensando nas inter-relações disciplinares, me aventurei pela História. No período de 18 a 21 de outubro participei do XVI Ciclo de Estudos Históricos: “Diversidade, História e Ensino” (36h) e do mini-curso Relações entre História e Literatura (6h), promovidos na UESC. A diáspora negra e suas extensas conseqüências foram os assuntos que mais me impressionaram, os maus-tratos e humilhações sofridas pelos negros e os reflexos atuais em nossa sociedade. O mini-curso foi comprometido pelas freqüentes saídas da professora, e estou até hoje sem saber as razões. Pouco ou quase nada foi aproveitado dessa esperada exposição da relação entre História e Literatura.

Já no final do ano, concluí o curso Fenômenos Semânticos (30h), realizado no período de 12 de abril a 8 de novembro, na UESC. Uma contribuição importantíssima para a minha formação. Realizamos leituras e discussões sobre vários gêneros abordando sinonímia, paráfrase, inferência, pressuposição e ambigüidade, entre outros aspectos.

Em 2006 o destaque foi o XXVII Encontro Nacional de Estudantes de Letras – ENEL (90h), realizado entre 11 e 18 de agosto na capital do país. Além de conhecer Brasília e o enorme campus da UnB, assisti a apresentação de propostas de melhoria do ensino através da Gramática Gerativa, de novas posturas de professores e do uso de novos materiais didáticos e, por outro lado, ouvi discussões sobre as angústias dos alunos diante do aprendizado dessa mesma gramática. Marcos Bagno e Márcia Scherer mostraram as riquezas da língua em uso, sua contribuição em sala de aula e a necessidade urgente de se colocar os avanços científicos, alcançados nos estudos das linguagens, em prática no cotidiano dos alunos, de maneira dinâmica. Às vezes acho que um evento extenso como esse traz uma carga de informação tão grande que prejudica a absorção de uma parte dela.

A ousadia e a vontade de partilhar um pouco de minhas experiências com um público leitor, me levaram a uma aventura jornalística, isto é, me arrisquei a escrever uma reportagem. Tive essa idéia quando vi um grupo de pessoas praticando rapel no bairro onde moro. Fui até em casa buscar gravador e máquina fotográfica para, pelo menos, recolher material para um esboço. Tida como pronta, o jornal ilheense Foco Regional teve mais ousadia do que eu e publicou, na página 15, a matéria Rapel atrai aventureiros e profissionais (10h), na edição de 15 de setembro de 2006. Hoje ela está publicada em meu blaite: http://gscreportagem.blogspot.com/.

Nesse ano iniciei minha contribuição voluntária de ação de extensão após o convite para integrar a equipe de monitores do Programa de inclusão digital para a população de baixa renda do entorno da UESC (50h), no qual atuei como monitor de informática entre outubro e dezembro. Criado pelo Núcleo de Estudos Sociedade, Educação e Políticas Públicas – NESEP, uma unidade do Departamento de Filosofia e Ciências Humanas – DFCH, esse programa se iniciou promovendo um treinamento básico através da Oficina Teoria e Prática Educacional em Projetos e Inclusão Digital: técnicas de planejamento execução e avaliação (20h). Foi uma experiência maravilhosa lidar com a relação ensino-aprendizagem num campo atraente para os alunos e que adoro. Pude perceber que vários temas sociais podem ser trabalhados de maneira instigante para os alunos utilizando-se o computador e a Internet.

Ainda em 2006, fui convidado pelo Centro de Estudos Portugueses Hélio Simões – CEPHS – para ser membro da comissão artística (32h) do VII Seminário Internacional de Literaturas Luso-Afro-Brasileiras (32h), ocorrido entre os dias 23 e 26 de outubro no campus da UESC. Foi uma experiência nova que me colocou em contato com professoras das demais universidades estaduais baianas. Além disso, participei do mini-curso Vozes Femininas na Literatura Africana (8h), oferecido pela são-tomense Inocência Mata, professora da Universidade de Lisboa. Ela falou sobre as proibições do ensino de literatura em Moçambique e Angola, a forte ligação estética entre a literatura colonial e colonizadora, a discriminação das línguas nativas e a inviabilidade de se produzir literatura nessas línguas, pois a alta sociedade não as lê e nem os nativos, estes por não serem alfabetizados.

No dia 22 de novembro, ocorreu o Curso de Contação de Histórias para a Terceira Idade (8h), do qual participei como monitor. Minha proximidade com a coordenadora do Proler, programa que realizou o evento, me deu liberdade para criar um desenho, relacionado ao tema, para ilustrar os certificados. Para a minha alegria, a idéia foi aceita e o resultado está anexo a esse memorial. Ou seja, além de colaborar na organização do curso, monitorar sala de aula e emitir certificados para todos os envolvidos, tive a oportunidade de divulgar meu trabalho artístico através de um documento oficial do evento, representando o ficcional dessas contações.

Depois de publicar uma reportagem no jornal Foco Regional, de Ilhéus, criei coragem para escrever uma crônica. A idéia surgiu após uma conversa calorosa com colegas da UESC a respeito das influências culturais que sofremos, mais especificamente sobre as datas comemorativas. Assim produzi Repensando o Natal (10h), que foi publicada, na página 18, em 26 de dezembro de 2006. Está disponível no endereço eletrônico http://gsccronica.blogspot.com/.

Um convite especial do Núcleo de Artes da Universidade – NAU, me permitiu encerrar o ano como percussionista através da atividade artístico-cultural Musical Ode à Alegria (10h). Embora uma ode, houve o momento de homenagem a Luis Gonzaga, do qual participei com muito orgulho e prazer. Foram vários cursos e vários ensaios até me sentir seguro para me apresentar em público. Crescimento pessoal a partir da arte, isso é ótimo.

Em 2007, após conversar com o diretor da Casa dos Artistas – um espaço cultural localizado no centro de Ilhéus – decidi escrever uma matéria para informar à população da cidade sobre as dificuldades que a Casa atravessava, pois se trata de um local de difusão da cultura regional. Em 22 de março o jornal Foco Regional me cede espaço novamente para publicar, na página 7, Entendendo a Casa dos Artistas (10h). Nesse momento, tanto pela minha formação quanto pelo meu envolvimento com o diretor do estabelecimento, já me sentia mais seguro para produzir para o jornal. Está publicada atualmente no seguinte endereço eletrônico: http://gsccronica.blogspot.com.

Aprimorando meu voluntariado, participei do I WIND – Workshop de Inclusão Digital (4h) durante a VII ERBASE – Escola Regional de Computação Bahia-Alagoas-Sergipe, promovido pela Sociedade Brasileira de Computação e realizado no período de 16 a 20, no campus da UESB. Foram discutidos os problemas ambientais causados pela sociedade da informação, tais como o aquecimento global, a destruição da camada de ozônio, a poluição do ar, da água e do solo, além do “e-lixo”, ou seja, a má destinação de equipamentos ultrapassados. As práticas de ensino foram partilhadas num grande laboratório de informática, montado especialmente para o evento, e coordenadas por representantes do Programa Onda Digital, iniciativa idealizada pela Universidade Federal da Bahia – UFBA. Estando em Vitória da Conquista pela primeira vez, não pude me privar de conhecer parte dessa cidade baiana.

Mais uma crônica nasce lentamente em meu computador. Indignado com alguns apresentadores e programas de TV, resolvi me manifestar de maneira incisiva e questionadora quanto ao uso desse aparelho, a energia elétrica consumida e principalmente os valores sociais que ele destrói. Esse texto foi publicado em Ilhéus, por meio do jornal Foco Regional, em 22 de maio de 2007, na página 14 e denominado Levando a TV a sério (10h). Ele também está publicado no endereço eletrônico: http://gsccronica.blogspot.com.

Na condição de graduando, encerro minhas participações no III Seminário de Língua Portuguesa e Ensino – Selipe (24h), realizado na UESC entre 19 e 21 de maio de 2008. Marcos Bagno mudou a programação em cima da hora e apresentou um balanço dos últimos dez anos de educação lingüística no Brasil, envolvendo a importância dos PCN, estudos de variações lingüísticas, preconceito lingüístico, questões do setor editorial e o Plano Nacional do Livro Didático – PNLD. Esses, além de outros assuntos abordados, estão presentes na realidade dos educadores e uma reflexão se faz necessária para percebermos quanto e como cada um deles evoluiu.

Quanto ao evento em si, fiquei decepcionado com a formalidade da conferência de abertura, creio que, pelo tema abordado e pela descontração da apresentação, faltou interação da platéia, perguntas e observações que sempre contribuem. Proponho uma reformulação da conferência, uma nova quebra de paradigma ou uma programação de abertura diferente, sempre em prol da educação.

Em seguida, Ser autor na escola e de bons textos foi o tema central da mesa-redonda. Exposições sobre a necessidade da subjetividade, coesão, coerência, dialogicidade, articulação e competências textuais nas produções dos alunos reforçaram os conteúdos vistos ao longo dos últimos semestre e minhas crenças como educador.

Participei também do mini-curso Textos de hipermídia: mutações no ler e no escrever? (4h). E-mail é gênero ou suporte? A partir de questões como esta, navegamos por criticidade na busca de informações, não-linearidade da hipermídia, reconfiguração no formato da escrita, uso de ícones representantes de emoções, nova grafia, conversa por escrito, mescla de gêneros, facilidade de exposição de idéias através de blogues e, principalmente, novas atitudes e posturas dos educadores. Vários aspectos de um meio rico e fascinante que já faz parte da vida de vários alunos. Embora eu já conhecesse uma parte do conteúdo apresentado, a troca de experiências entre os participantes foi valorosa. Me senti estimulado ao ouvir relatos sobre aulas e oficinas realizadas pelos colegas.

Enfim, tantos outros eventos, tantas outras trezentas horas, aqui não relatadas em detalhes, se diluem ao longo desses quatro anos e meio de estudos.

Em 2005 participei de Conhecendo Shakespeare, no Instituto Nossa Senhora da Piedade e da Oficina de Teoria Musica I, no NAU-UESC.

No ano de 2006 estive no I Encontro com a Literatura Infanto-Juvenil, pelo CEPHS; I Seminario de Español de los Alumnos de Letras, pelo DLA; Oficina de Técnica Vocal I e Percussão I, pelo NAU; palestra A Hegemonia Neoliberal e a Questão Educacional Contemporânea, pelo LAHIGE; Todo Sobre Almodóvar, pelo DEE; Sofística e Retórica na obra de Raduan Nassar, pelo DFCH e DLA, todos na UESC. Além do Fórum de Educação da Costa do Cacau, pela Prefeitura Municipal de Ilhéus, em Ilhéus, e da 19ª Bienal Internacional do Livro, pela Francal Feiras, em São Paulo.

E em 2007 tomei parte da Oficina de Teoria Musical II, Educação Musical-Violão II, Percussão II e Oficina de Técnica Vocal II, pelo NAU; Mito, Cuento y Cine: La Lógica de la Imaginación, pelo CEPHS; como monitor do Curso de Contação de História para a Terceira Idade, pelo Proler; História, Memória e Esquecimento em Nietzsche e A estética em Nietzsche, pelo LAHIGE. Todos na UESC.

Após passar por duas bienais do livro e vários eventos com pontos de venda, consegui amealhar, sem perceber, mais de cem títulos em minha estante (cinco deles com dedicatória e autógrafo), não sei se é muito ou pouco, mas me lembro claramente de um conselho em sala de aula: “comecem a formar sua própria biblioteca”. Hoje, embora modesta, trás parte das idéias que vêem me norteando nesses últimos anos. Uma prateleira democrática com espaço para cordel, clássico, gramática, novela sociolingüística, conto, metodologia, crônica, filosofia, romance, antologia poética, guia prático de análise literária, teoria, almanaque, revista, jornal, gibi, dicionário e um envelope especial, usado em meus estágios, com amostras de vários outros gêneros.

Após alguns semestres de correrias, dificuldades, alegrias, falas, escritas, exigências e realizações, me faltaria latim, inglês, português e qualquer outro idioma se me colocasse a elogiar o corpo docente que me apoiou nessa jornada. Assim, deixo aqui meu carinhoso e imensurável obrigado a cada uma. Por ordem de entrada na minha vida: Gessilene Antunes Kanthack, Maria Preti Nilva, Lucia Désirée Netto, Graça Serafim Góes, Daniela dos Anjos Galdino, Vera Piaget Beck, Vera Marx Mendonça, Sandra Bosi Sacramento, Júlia Bruno Oliveira, Luciano Plotino Reis, Marileide Monteiro Santos, Sandra Cury Abreu, Odilon Orlandi Pinto, Ângela Encantado, Antônio Folk Xavier, Sarah Mozart Nogueira, Solange Beethoven Skromov, Élida Derrida Ferreira, Clínio Pierce Jorge, Marialda Kleiman Jovita, Arlete Freire da Silva, Antônio Granger Balbino, Maria Fuentes D´Ajuda, Patrícia Paz Pina e Isaias Lakatos Carvalho.

Após essa graduação, que venha o mestrado.

G. S. Caspar
http://caspargs.blogspot.com

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